domingo, 17 de outubro de 2010

A verdade sobre o fast fashion

Como realmente funciona uma loja fast fashion (tipo H&M, Zara, Topshop e outras que amamos). O grande lance desse sistema? Nós (eu, você, suas amigas) que escolhem o que fica e o que sai da arara. A seguir, o texto completo:

Peças com informação de moda e com baixo preço. O que mais um consumidor pode querer? Zara, H&M, Topshop, Mango e Uniqlo são alguns nomes que tanto impulsionaram a marola da fast fashion como tomam para si a responsabilidade de manter a onda lucrativa do fenômeno. Curioso? Nem tanto. Essas marcas sabem aproveitar o que o consumidor tem de melhor. Não, a resposta aqui não é o poder aquisitivo de seus clientes, mas sim o conhecimento de mercado (e de estilo) que cada um deles tem. Em fast fashion, além de comprar e dar lucro direto à marca, o consumidor também trabalha para a empresa.

Quem explica a aparente contradição é o economista Enrico Cietta, consultor de moda e sócio-diretor da Diomedea – empresa italiana de pesquisa e comunicação. “O grande mérito de uma verdadeira fast fashion é dar poder aos seus clientes. Eles (os consumidores) acabam por trabalhar como consultores de moda destas empresas, já que elas produzem novas peças a partir da oferta e da procura de suas próprias prateleiras”. Diferentemente de grifes do pronto-para-vestir como Chanel, Marc Jacobs, Armani, Prada e Celine, entre tantas outras, uma loja fast fashion não tem uma coleção inteiramente pronta a cada temporada. Ela é desenvolvida de acordo com os desejos do mercado. “Inicialmente, são produzidas apenas pequenas coleções, que servem como “teste” de mercado. Chegam às lojas e, se vendidas, outros modelos a partir daquele são desenvolvidos em variações de cores e detalhes. Se o produto for “rejeitado” pelos consumidores, ele é rapidamente retirado das araras e seu molde colocado na gaveta. Sendo assim, quem determina o que vem na próxima leva de peças, é o próprio consumidor”, explica Cietta. A teoria coloca, inclusive, um ponto final na idéia de que a grama do vizinho é sempre a mais verde. Quem nunca reclamou, por exemplo, que em uma Zara da Europa encontram-se melhores peças do que no Brasil? A culpa, meus caros, é tupiniquim. Somos nós que escolhemos (e editamos) o que a loja vai nos oferecer.

“Não é por ser barata, não é por ter infinitas filiais, não é por ser ágil na hora de reabastecer o estoque. Essas são apenas algumas variáveis do sucesso do sistema. Uma fast fashion só é considerada como tal (e só terá lucros como tal) se deixar seus clientes comandarem a produção”, define o consultor. O sistema, a principio novo, é um antigo conhecido dos brasileiros e do mundo, claro. “Você conhece uma verdadeira fast fashion e que não é do mercado têxtil”, me desafia Cietta. Segundos depois, a reposta: o programa Big Brother é um exemplo claro de que o sistema funciona. Ao decorrer do show, quem dita as regras são os telespectadores. Eles escolhem que participante fica, qual deles saí. Se não gostam de certa pessoa, o “brother” é punido, paga prendas, e ele se vê obrigado a se modificar, se refinar para continuar existindo, caso contrário, ele não fará mais parte do show. Ao longo da trajetória, algumas eliminações são necessárias para que se chegue ao vencedor – digno de tal posto. Quando a temporada chega ao fim, só resta esperar um novo programa começar para cair de amores, ou de ódio, pelos próximos protagonistas. Sejam eles da televisão, ou da moda.


Fonte: http://sanduichedealgodao.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário